Como funciona a gestão de pessoas em empresas?

Como funciona a gestão de pessoas em empresas?

Especialista comenta as principais estratégias e ferramentas usadas no mercado em busca de um bom ambiente corporativo e sucesso empresarial

A gestão de pessoas ou administração de recursos humanos consiste na combinação de uma série de habilidades e métodos, técnicas, políticas e práticas definidas. Estas ações têm como principal objetivo administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano em uma empresa. O processo, ademais, ocorre via participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento de colaboradores. O especialista em T&D (Treinamento e Desenvolvimento) possui a responsabilidade na formação de profissionais ocupando cargos de liderança, com a finalidade de um crescimento da instituição e do próprio funcionário.

Uma pesquisa de 2023 com 200 empresas revelou que 80% das companhias entrevistadas utilizam, ao menos, três ou mais ferramentas diferentes de gestão de pessoas em suas rotinas. O levantamento foi realizado pela Flash, startup de benefícios flexíveis, que apontou a força do uso de múltiplas plataformas no mercado, visto que 59% aplicam cinco ou mais ferramentas, e 43% delas fazem uso de mais de sete soluções para atividades regulares. Além disso, 50% das empresas querem trocar ou adquirir novas ferramentas e plataformas que envolvam todos os processos do RH, unificando as tarefas em um único método automatizado.

Outro estudo, a 15ª edição da Pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil com Indicadores e Tendência, realizado pela ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento) em parceria com a Integração Escola de Negócios, produzido em Gestão de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) aponta que 69% das ações de treinamento são on-line.

Para Claudio Zanutim, palestrante e fundador da Ic Educ, empresa de treinamento e coaching, as pessoas fazem os resultados acontecerem e não o contrário. “Quando a liderança não cuida de gente, estas não cuidam do negócio. Tem que entregar um senso de pertencimento, reconhecimento, respeito e boas remunerações para que as pessoas produzam bons resultados”, explica.

A importância de uma boa gestão de pessoas

A percepção do ambiente em um colaborador molda a cultura de uma equipe, que acaba com a estratégia de um setor no primeiro dia de tentativa de implementação em uma companhia. “De nada adianta construir planos mirabolantes para o sucesso corporativo se o ambiente não proporcionar condições e recursos para que este sucesso seja possível”, diz Zanutim. Ele comenta que as organizações sofrem para garantir que as pessoas sejam tratadas com o devido respeito.

O palestrante afirma que o mundo se encontra em um tempo de discutir respeito, humanidade e espiritualidade. “Levar para as mesas de discussão não só metas e resultados, mas caminhos respeitosos para se atingir resultados de forma coletiva e colaborativa. Gerir pessoas nas relações de poder e força é um tipo de gestão do passado”, analisa Zanutim.

Um importante fator para a empresa medir o desempenho dos times e motivá-los a produzir de maneira mais efetiva. Dessa forma também é possível que saibam o resultado que devem alcançar para obter sucesso e reconhecimento profissional. “Não creio em principais ferramentas, mas sim em formas de como as lideranças podem gerir melhor seus times na busca pela excelência e resultados superiores em vários sentidos, desde humanos, corporativos e financeiros”.

Os níveis de aprendizagem

Segundo o especialista, existem alguns níveis de aprendizagem. O primeiro deles é o ambiente. A todo momento o ser humano influencia e é influenciado pelo ambiente ao qual faz parte. Claudio Zanutim comenta que ninguém está isento desse fator. “O problema não está no ambiente físico em si, está na maneira como as pessoas o enxergam e se sentem nele. O mesmo local pode ser considerado seguro por mim, e hostil por outra pessoa”.

Já o segundo nível é comportamento. A maneira como as pessoas se comportam em determinado ambiente influencia diretamente em seu objetivo. Portanto, dar atenção ao comportamento pode fazer toda diferença em sua transformação pessoal. Em seguida, o terceiro nível são as capacidades. “É a forma de se posicionar diante do objetivo depende diretamente de sua capacidade em definir estratégias”, explica Zanutim.

O quarto nível são crenças e valores que estão ligadas a motivação. Elas são responsáveis por guiar grande parte das atitudes e se manter motivado. Sendo assim, para ele, é importante se desapegar das crenças limitantes e acreditar em cada potencial pessoal. Os valores representam aquilo que é de importância para cada um. Em seguida, o quinto nível é a identidade, o senso do “eu”. A identidade é relacionada à missão de cada um e o senso que cada um possuí sobre si.

O último e sexto nível da pirâmide neurológica é a espiritualidade ou propósito. Está associada à forma que o indivíduo se relaciona com o que existe fora de si. De acordo com o palestrante, pode-se resumi-lo ao seu propósito de vida e na imagem que o indivíduo deseja passar ao mundo, além do legado que deseja deixar.

“Foque no cumprimento dos acordos internos e externos que você tem feito e apoie-se em cada nível da pirâmide neurológica para alcançá-los. Esse conceito é capaz de promover uma profunda reflexão e resgatar importantes aspectos para motivá-lo”, finaliza Zanutim.