Juro para empresas e consumidores não acompanha queda da Selic

Juro para empresas e consumidores não acompanha queda da Selic

Mesmo com as seguidas reduções da taxa básica, as instituições financeiras subiram pela segunda vez seguida o juro médio no crédito livre, de 41,1% ao ano para 42,2%

A despeito da tendência de queda da taxa Selic, o juro médio no crédito livre ignorou o cenário e subiu pelo segundo mês seguido, de 41,1% ao ano em janeiro para 42,2% ao ano em fevereiro, informou nesta segunda-feira, 26/03, o Banco Central. Em fevereiro de 2017, essa taxa estava em 53% ao ano.

Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre subiu de 55,8% para 57,7% ao ano de janeiro para fevereiro, enquanto para pessoa jurídica caiu ligeiramente, de 22,3% para 22,2% ao ano.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa caiu ligeiramente, de 324,7% ao ano para 324,1% ao ano de janeiro para fevereiro. No crédito pessoal, a taxa subiu de 46,2% para 46,9% ao ano.

Para veículos, os juros recuaram ligeiramente, de 22,7% para 22,5% ao ano, de janeiro para fevereiro.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 26,2% ao ano em janeiro para 26,9% ao ano em fevereiro. Em fevereiro de 2017, estava em 32,2%.

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,2 ponto porcentual em fevereiro ante janeiro, para 21,7% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

SPREAD MÉDIO

O spread (diferença entre o que o banco paga nas aplicações e o que o banco cobra nos empréstimos) bancário médio no crédito livre subiu de 32,9 pontos porcentuais em janeiro para 34,1 pontos porcentuais em janeiro.

O spread médio da pessoa física no crédito livre foi de 47,2 para 49,2 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 14,7 para 14,6 pontos porcentuais.

O spread médio do crédito direcionado passou de 4,8 pontos porcentuais em janeiro para 5,1 pontos porcentuais em fevereiro.

Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) passou de 19,7 para 20,4 pontos porcentuais no período.

INADIMPLÊNCIA

A taxa de inadimplência no crédito livre passou de 5,1% em janeiro para 5% em fevereiro. Em fevereiro de 2017, a taxa estava em 5,6%.

Para pessoa física, a taxa de inadimplência foi de 5,2% em janeiro para 5,1% em janeiro. Para as empresas, a taxa ficou estável em 4,8%.

A inadimplência do crédito direcionado passou de 1,7% em janeiro para 1,8% em fevereiro.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência se manteve em 3,4%.

ESTOQUE DE CRÉDITO

O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro caiu 0,2% em fevereiro ante janeiro, para R$ 3,061 trilhões. Em 12 meses, o estoque registrou baixa de 0,3%.

Em fevereiro ante janeiro, houve redução de 0,1% no estoque para pessoas físicas e queda de 0,4% para pessoas jurídicas.

De acordo com o BC, o estoque de crédito livre recuou 0,1% em fevereiro, enquanto o de crédito direcionado diminuiu em 0,3%.

No crédito livre, houve retração de 0,2% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque das operações livres teve ligeira alta de 0,2% no período.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 46,6% em janeiro para 46,4% em fevereiro.

CONCESSÕES DE CRÉDITO LIVRE

A média diária de concessões de crédito livre subiu 16,4% em fevereiro ante janeiro, para R$ 13,7 bilhões. Houve avanço de 9,0% em 12 meses até fevereiro.

No crédito direcionado, a média de concessões subiu 14,7% em fevereiro ante janeiro, para R$ 1,0 bilhão. Em 12 meses até fevereiro, há baixa de 6,5%.

Quando se soma o crédito livre e o direcionado, a alta das concessões médias foi de 16,3% em fevereiro, para R$ 14,7 bilhões. No acumulado de 12 meses, o avanço é de 7,4%.

BNDES

O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas recuou 1,3% em fevereiro ante janeiro, somando R$ 472,185 bilhões. Em 12 meses, a queda acumulada é de 12,2%.

Em fevereiro, houve recuo de 3,9% nas linhas de capital de giro, baixa de 1,2% no financiamento de investimento e queda de 0,7% no financiamento agroindustrial.